08/02/2009

retórica da floresta

... que joga suas palavras para o alto e insiste que caiam em suas folhas, escorreguem pelos caules e encontrem repouso nas raízes ásperas e sozinhas em seu recanto. A floresta adota a vida simples em seu romance com seus gloriosos e serenos habitantes; o amor e o tempo. Retrato de uma canção num tom e um som à margem do vento. Ela conta a sua história, lamenta seus troncos caídos, mas oferece ao espectador uma elegância soberana que a representa em arte. Para quem nela penetra, faz-se secular todos os sentidos antes ignorados, orienta ao rumo certo sem a existência dos medos e continua a narrar uma bela paixão que acontece entre a terra e o luar. No ímpeto, quando a luz do sol ignora os obstáculos e adentra em sua alma que produz clorofila, ela releva a morte das folhas no sereno, medita sobre a beleza das úmidas cascas e conta para a noite uma perfeita cadência vivida todos os dias, na essência daquele lugar.

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