23/09/2013

O homem no cariri

As ruas muito cheias de pessoas que eu nunca consegui reconhecer, os barulhos vindos de todos os lados que eu nunca consegui distinguir, o não gostar de alguma coisa que eu realmente nunca consegui definir...isso tudo, meu amor, era um comichão dentro de mim. Passei a vida inteira pensando em entender o porquê de eu não me encontrar nesse mundo, o porquê de não me encaixar e de estar sempre em outro rumo. Minha querida, foram anos da minha vida querendo ser reconhecido e bastou alguns dias para que eu mesmo me reconhecesse. Talvez, o meu passado fosse tão distante que eu merecia mesmo me despejar em um lugar onde os fósseis são protegidos, estudados e ainda não decifrados. Eu merecia essa viagem, eu merecia perceber meus ancestrais (os mais distantes possíveis) para que eu conseguisse interpretar de forma plena e extremamente sedutora a minha história de vida ligada à arte. A minha vida é arte, mas aqui sou reconhecido como gente que inunda o coração e as mentes de outras pessoas com o que eu sempre soube fazer: Levar a luz! Mas eu não estava levando a luz para as pessoas certas, ou as pessoas certas não haviam ainda entrado no meu caminho para que eu pudesse ser iluminado e, com isso, sentir-me refletido nelas. Eu sou um ser pré-histórico, minhas descobertas só podiam estar em um sítio arqueológico, minha identidade agora está aqui nas pedras com figuras em baixo relevo, estampando de vez o meu lado humano, retirando de mim o fóssel, me resgatando de vez para esse lado mundano.

14/09/2013

Morte e vida da arte

Alguém uma vez me disse: "Morro sempre quando faço arte" . Talvez deve-se morrer para precisar nascer outro tom, novo som, outra idéia, mais magia, mas um teu. O Eu não faz parte de mim, tratando-se de arte, o Eu é do mundo; não existe regras porque é simples: sua arte é sua vida renascida diversas vezes, portanto, mais vida é gerada cada vez que você morre para uma outra conquista. A criatividade brota, a criatividade encharca a mente, inunda o corpo e o jeito de derrama-la é produzindo. Não há arte sem transtorno, não há arte sem estar absorto; só há limites para o que ainda não foi pensado. Às vezes é bem difícil, tem necessidade de se remendado, capturado e novamente fixado ao que você é. A sua arte é você?

04/09/2013

Faz bem saber de umas verdades!


Então é assim:

A Luana foi a primeira provinha da minha ansiedade, eu estava construindo ainda a arena da batalha, e ela tava lá, a primeira a entrar no ringue... cheia de marra

Falo do primeiro dia em que a vi, escrevendo o que iríamos tentar ver de talento disciplina e vontade... Gosto de gente que tem vontade!

Ela tem muita vontade e pouco desprendimento...será?

estou descobrindo, mas posso dizer, que com ela tem que fazer ouvido de mercador, senão é só dooooor!

Sensível também, mas, muito mais abstrata

soluçante

acho que pode ser medo de mergulhar

ela é bióloga, sabe tudo da vida, mas pouco do que pode curar feridas...

Acredita pouco em Deus, muito mais nos mistérios...

Eu gosto dela, a Kelly também, então ela deve ser muito mais que ZEMMMMMM

Acho que é isso, ela é do mar... um ouriço?

Não acho que é apenas praia. "Navaia" dessas que gostam de cortar

alguém para apaixonar, alguém para ensaiar um drama

ela sabe fazer cena, sabe declamar poema... sabe decifrar... será que sabe tudo isso e ainda desequilibrar? Fazer e dar a festa?

"Lua na" beira do abismo.

fimmm

03/09/2013

Des(enrolado)


Ele é sensível. 

A palavra sensível às vezes não diz tanto quanto deveria dizer de acordo com a sua intensidade. A sensibilidade de enxergar no outro um potencial que jamais tenha sido percebido pelo mesmo ou que este, por alguma insegurança, tenha um medo desigual ao seu talento; é sensibilidade. Procurar no próximo uma maneira de estar com ele, de produzir algo de bom nele e de até mesmo arrancar o melhor para si mesmo; é sensibilidade.
Uma pessoa sensível reconhece a outra pelo olhar, pelo toque, pelo tom de voz, pelos gostos que são parecidos e pelo afeto exalado entre eles.

Ele é amoroso. Ser amoroso vai além de querer amor, de dar simplesmente amor. Ser amoroso é querer entender o porquê de tanto amor, é querer externar o tal amor através de gestos, motivos, companheirismo, dedicação e mais: amizade.

A amizade pra ele é normal. Ser normal não é simples. Ser normal é o natural, é aquilo que vem e vai sem esforço, é deixar o vento levar…e pra quem é simples, o vento leva para os melhores lugares, porque ser simples é ser leve. A leveza está no Ser, ou você é ou você não conquista. A conquista, com ele, também vem no vento. Conquista com a força do interior que logo se mostra, conquista com a prática porque parece que nasceu para isso: conquistar pessoas. Tudo nele é muito! Muito enrolado, muito falante, muito criativo, muito ansioso, muito carinhoso, muito atencioso, muito sensual, muito tudo. Saca "muito tudo"? Ser Muito Tudo é estar no mundo se divertindo, criando, amando, transando pessoas, transando com pessoas, querendo queridos por perto, querendo por perto os amigos.

Um ser como ele vem ao mundo para harmonizar o momento, criar momentos especials, defender ideias, demonstrar afeição, gostar de ser espontâneo, resistir ao chato, não se restringir à moral, despertar dons, recriar espaços, conectar expectativas, criar vínculos, estreitar relações, educar sem dor, crescer junto, experimentar o novo, sonhar bem fundo.

Eu me sinto feliz e satisfeita por ter percebido em alguém tamanha qualidade, tamanha carência do que é bom, alguém que eu consigo ler e que ( o mais legal de tudo) também consegue me enxergar.