23/12/2008

hermano meu

os passos que me levam até
os laços que me prendem a
todo o mais que eu dei, eu recebi
e já não sou mais sem você

desde os últimos dias
pra sempre no meu mundo
nada que eu dou, você dá tudo

porque te conheço de um vulto
nada além do abraço, no mais
quero te ver pra cá, bem próximo
jamais tentar prever, eu juro

desde os últimos dias
pra sempre no meu mundo
nada que eu dou, você se oferece junto

teremos o aval sim
daquele que jamais nos deixou
é o amor que ninguém mais vê
aquele que um dia tu me roubou

desde os últimos dias
pra sempre no meu mundo
nada que eu dou, você vai fundo

que minha estrada já sente a tua
meu coração espera o teu
vibro com festa tua
e meu punhado hoje é teu

no fim eu lhe trago aqui presente,
peço que guarde um sonho bom pra mim e
não solte da minha mão

22/12/2008

"infiltrante"


... É que através dos olhos deste, creio haver algo mais brilhante, um alguém mais atraente, um olhar mais penentrante. Penso em querer caminhar entre tuas palavras, entre tuas mãos, infinitos versos, portanto, já me prendo ao seu redor. Porque tu estás a contemplar cada instante, a verificar tua pose errante, pra que deste modo possa sentir-se, não obstante. Por tua parte branca, daquele olhar cravado sem raízes certas, posso ver adiante que nada se faz nublar, pois tudo contudo, é arte, arte esta de pegar, sentir; infiltrar.

17/12/2008

qualquer


certa vez ele me disse em verbo
nada mais seria aquém
porque o além estava aqui
de tudo o mais o verso

pois ele me contou da sua viagem existencial bem pra lá do mar, logo ali sem ar, longe, naquele lugar, com ninguém bem perto, depois do deserto, sentado debaixo do luar.

um alguém lá do alto
que pegou o meu lado
fez do menos um avante
e de tão presente se fez prestante

contudo, a ausência tardia do sujeito em questão, põe em palavras o que não se vê e define um sentimento sem proporção, pra que bem mais tarde saiba conjugar algo em razão.

...
existiu só em tocar o céu.

11/12/2008

lunada [maiúscula]



você é o Ninguém que mais preciso
o nada que Poetiza de um abismo ôco
destrambelha Um Grito de meu estômago
me resolve como um louco

e É pouco o universo
quando tomado pelo seu ego-ninguém
que tudo leva, deixando nada aquém

se mostrando Semente de coisa alguma
Germinando para tomar sua forma
abrindo Meus Olhos à uma poesia
transformando em inexistente, meu coma

...


porque Alguém numa prosa
sempre faz versos com o nada
Acontece para se fazer sonho
desaparecer na madrugada

para trazer o gosto, sorriso
da gente se encontrando Na Prosa
e enfeitando os laços de tudo antes

do brado calado a mostrar
que lua em tudo é solar,
motivos pra dormir eu não tenho
mas já vejo um raio Lunar


Por Dijáz Irini e Analu

06/12/2008

planície e planalto

ela é planície que ascende à plenitude
ele é planalto que segue a liberdade;
é mão que pega o chão, é pé que encontra o vento
(...)

para as nuvens!

Porque você diz que quando descer, vai me tocar
E que ao tocar, vai chover
Para quando pingar, o choro cair.

25/11/2008

blen

Ei, Blen-Blen! Onde toca teu sino
Por qual vento sopra o tempo?
Tu sobes bem lá no alto
E ecoa seu barulho no sereno?




(tem sino e tem sereno...combina sim!)

24/11/2008

Tão absurda é a tua língua que se desprende do céu ao tocar palavras miúdas como prosa popular. Que pergunta se acha livre quando no teu âmago se sente segura e como uma passiva nota se encontra em possibilidades de pessoas?

Tenho admirado seus movimentos curtos, tenho enxergado seus olhos fundos que compreendem de formas e afirmam o meu lado escuro. Seu nome me lembra tudo que é sereno, assim como guia poética sem pensar e de tão perfeito, torna-se meu agito que chego a ouvir sopros pelo ar. Na segunda estrofe eu já sabia que o verso era seu e quando me olhas de lado, indicas bem querer.

Naquela estrada apareciam cores em azuis infinitos, onde iluminavam os campos verdes da cor do seu chapéu. A pele branca não era algodão só porque escolheu ser sua e a brisa forte era mais vestida que nua. Logo lá embaixo era a distância que soava clarinete por toda a vida, empurrando a chegada pra cada vez mais perto. De lado repouso minha cabeça para te escutar melhor e de perto você fala mais baixo que aquilo era em tom maior. Quanto irá de mim pra lá? Se importar, então...o que será de uma canção se não for pra criar a nossa melodia a tocar os sabores daquela nossa antiga sinfonia?

30/10/2008

let the sunshine in

...O rei sol somos nós, somos tudo, somos eles com voz. Cada ser que habita em você sente o sol e a cada momento que se perde um raio, deixa de brilhar um novo calor. Por isso, entenda que você brilha sozinho, você chega até o céu, mas só é encoberto pelas nuvens se assim você deixar. Não espere vislumbrar um clarão em sua frente para só assim caminhar para ele, pois saiba que só você resplandece em seus trilhos e que abrindo as portas para um novo sol, ele brotará bem aí dentro, gritando com força e espalhando sua luz livre no espaço que você julga perder, mas que além disso, muito além disso, você tem além de você.

18/10/2008

... aí você vai até lá para se arriscar em pálidas estradas e sentir onde o vento promete cortar, para se descobrir em púrpuros raios de desejo que te concedam a liberdade. Mas a minha boca encherá a tua no primeiro brilho do sol, preencherá tua coluna arrancando teu céu e você subirá em meus galhos como sangue, enamorando-te em minhas pétalas. Ainda com o dia claro, responderá à minha paz, imaginará meus cachos em suas mãos e viverá ainda mais maduro que um fruto a força da correnteza que desagua em mim. Quando a lua aparecer, dormirá com meus sonhos, viajará pelos jardins comigo e perceberá apenas o meu cheiro. Ao voltar à luz da sua vida, terás aurora repousando em teu peito, claridade em terra firme, alimento para mais um ciclo e coragem para se fazer notar que aqui sim os pássaros cantam quando reconhecem que eu não só vivo na primavera.

15/10/2008

arrepio

Sensação do frio da tua pele com teus dentes tremendo de acordo com meus nervos.

13/10/2008

simples vontade

Ele entrou em seu quarto com passos calmos, não tinha nenhuma intenção de acordá-la, não por enquanto. Quando chegou mais perto de sua cama, não pôde ver o seu rosto, pois como era sua mania, ela sempre cobria a cabeça quando dormia. Ele então apontou seus olhos em direção às pernas dela que estavam a mostra, uma dobrada e outra esticada, como era de costume quando pegava num sono profundo de eterno cansaço. Ele percebeu que se ficasse ali por horas, ela não acordaria, então se demorou em cada detalhe daquele corpo que estava ali em exposição, um corpo que ele não via há muito tempo, um corpo que despertava desejos e saudades, porque havia um tempo que eles não se encontravam.

Admirando seus pés, ele lembrou da vez que foi massageado por algum tempo por meio deles, lembrou-se também que por muitas vezes teve vontade de engolir seus dedos enquanto faziam amor. Subiu, olhou sua perna ali em descanso, paralizada, teve a súbita vontade de pegá-la com uma só mordida e levantá-la para cima dos seus ombros, como era constante em seus delirantes atos, noite a noite. No ímpeto daquele momento, sentiu seu corpo estremecer de apetite por aquela carne e num anseio, a tocou.

Ela não acordou. Ele separou sua mão do corpo dela, pois tinha a intenção de manter-se ali por mais algum tempo, quando ela se virou causando um susto nele, que o fez saltar para trás e ensaiar uma saída rápida do quarto. Mas não, ela não acordou. Ele então pode ficar contemplando as suas costas, sua bunda, suas pernas que agora envolviam um travesseiro com toda vontade. E o domínio dos seus desejos era insuficiente para manter-se ali sem nenhuma atitude.Ele pensou no tamanho do amor que sentia por aquele corpo, e mais, no tamanho do amor que reconhecia sentir por aquela mulher ali deitada, indefesa.

Quando acordou, ela pensou no sonho que teve, pensou no último movimento que saboreou vindo daquela fantasia e voltou a imaginar as pontas dos seus dedos da mão, envolvidas pela língua dele quando se encontravam dentro daquela boca que ela, há poucos segundos, sentiu lhe tocar.

11/10/2008

O estranho amor entre a flor e o sol

Ainda quando um botão, ela o encontrou entre as nuvens e se abriu para seus raios que derramavam sobre suas pétalas luzes novas de uma manhã. Ele por sua vez, sentiu-se satisfeito ao encontrá-la desabrochando em seu resplendor e inspirou-se numa nova posição, colocando-se bem ao centro do céu, fazendo assim as pétalas de sua mais nova conhecida esquentarem.

Enquanto elas naturalmente iam se iluminando, ele assiduamente ia se esfriando. Quando as pétalas se soltaram das sépalas e enfim prosperaram, o tão ilustre companheiro desapareceu.

Então, no outro dia lá estava ele com todo o seu calor, envolvendo-as em seu clarão, infiltrando-as com sua nobreza de astro que é rei. As pétalas já formavam uma corola desenvolvida, rubra, com tons alaranjados nas pontas. Ele então sentiu-se ainda mais poderoso e pois-se ao centro novamente para colorir com intensidade todo o corpo de sua flor. Quando atingiu o limite do seu calor, ele foi esfriando e desaparecendo aos poucos, até que ela notou uma escuridão total. Mas no outro dia ele estava lá novamente, e no outro também, no outro também, no outro também.

- Sol, você me esquenta todos os dias, você me faz crescer!
- Eu só faço o mesmo todos os dias: nascer, esquentar e dormir...
- Mas eu noto que quando você chega ao centro do céu, você brilha mais forte.
- Eu só atinjo a maior potência porque é o máximo que eu posso fazer.
- Mas eu também noto que quando estou escondida por alguma folha ou pássaro, você não aparece.
- Sim, porque se eu não tiver a quem doar o meu calor, eu não brilho.
- Por mim você pode brilhar todos os dias, porque vou sempre querer tocar em seu entusiasmado raio quente...

Foi então que a flor começou a perceber que estava esquentando demais, logo de manhã sentia-se incomodada com suas pétalas pegando fogo, mas não tinha nem forças para avisar que os raios do sol estavam aquecendo demais seu corpo e se continuasse assim, não aguentaria ver seus tons alaranjados ficarem amarelinhos até ficarem da cor-se-vida. E a flor continuava definhando, suas pétalas cada vez mais quebradiças, foscas. O que era rubro, empalideceu-se por flexas amargas de sol e o que era brilho em sua breve vida, tornou-se lástima cotidiana. O sol não entendia porque a flor entristecia a cada dia, se a cada manhã ele brilhava mais e mais forte para impressioná-la. Mas se ele não entendia, ela muito menos explicaria, pois nem néctar tinha mais a dar aos seus convidados. Ele então reclamou:

- Flor, você não me percebe mais, não gosta mais dos meus raios te iluminando, não sorri mais pra mim quando eu te aqueço!
- Eu sei, sol...mas é que eu estou ficando queimada, minhas pétalas estão amareladas e as pontas já estão quebrando.
- Então você está falando que eu faço mal ao seu desenvolvimento? Que sua vida já não depende de mim?
- Não, eu só te falo isso porque é preciso que você diminua a intensidade do calor, para eu não enfraquecer diante de tanta energia.
- Se você acha assim, eu desapareço!

Foram dias e dias de céu nublado, nuvens densas, ventos fortes. A flor por sua vez, pensou ter morrido porque suas pétalas diante de tanta ventania, caíram e o galho que a sustentava, entortou-se. Desesperada ela recorreu à chuva que tentava cair e resolveu aproveitar o vento para dispersar as poucas sementes que ainda haviam ao seu redor. Quando veio a água, parecia que ela estava vivendo no paraíso, era refrescante para sua alma vegetal, era alimento pra sua vida, era vida pra sua enfermidade. Ela então voltou a crescer, com pétalas novas, nova cor, novas folhas, novo encanto. Mas, onde estaria o sol, aquele seu companheiro de vida, na qual sem ele, não seria completa, não teria amizade e não saberia o que é o calor. Ela então resolveu usar de sua elegância adquirida pela abundância de beleza provinda da água e sustentou-se exuberante sobre seu galho, no mais alto nível para ser percebida por ele e assim atrái-lo novamente para ela.

- Ah! então você está aí! mas está tão fraquinho, brilhando tão pálido...esse não é você!
- Sim! esse sou eu, só que de uma maneira mais branda, pra não te assustar. Não quero te enfraquecer outra vez.
- Mas você pode brilhar o quanto quiser, porque se eu enfraquecer, logo virá uma chuva e me revigorará!
- Mas não pretendo sumir pra você poder reviver!
- Não é sumir, sol. E sim brilhar em outras companhias, pois tem outras flores que precisam de você, assim como eu preciso da chuva.
- Mas eu sou assim, eu quero aparecer pra você todos os dias, intensificar meus raios sobre você, mesmo que algum calor sobre para as outras flores...mas pra você tem que ir todo o meu aquecimento, toda a minha imensa temperatura. Se não for assim, prefiro ficar atrás das nuvens escondido, imaginando como seria bom se eu tivesse te clareando e você me incentivando a brilhar.
- Eu posso tentar fazer com que as minhas pétalas suportem cada vez mais calor, dizendo pra elas que sem você eu não vivo bem!
- Não, eu não quero que me suporte, quero que me considere!
- Mas na verdade eu te amo!
- Me ama?
- Sim, porque você não me deu a vida, mas sem você eu não teria desenvolvido todas as cores e todos os meus aspectos de flor.
- Eu não quero o seu amor, quero te fazer viver, pra você me fazer brilhar!
- Ora, se não é a mesma coisa?

09/10/2008

a menina dança

porque seus dedos deslizam pela atmosfera livre com o vento, tomando de sedução o ar em cada canto, numa alegria inebriante de desalentos, num universo de encanto e fragmentos. que a cada volta que ela deseja dar, seu suor já escorreu por suas costas e seus cabelos envoltos por caracóis já são moldados numa espécie de arrepio. e de tanto dançar, ela encaixa seu quadril na mesma pele com o sol e pega com suas pernas ágeis os raios que ele alcança num debulhar. porque no seu ritmo já existe fogo e por ser fogo, ela não mede o movimento em partes e sim em formas, num esvoaçar de tecidos leves, que de tão leques, afastam num soprar dois corpos penetrantes.

25/06/2008

foi assim:

a noite começava num bar.

ela: sozinha. coca-zero e um livro antigo.
ele: que cabelo é esse? hahahaha
os dois: dois chopp's!!

ainda cedo, quase bêbados no primeiro bar. mais tarde, ainda mais bêbados no segundo bar que fechou. continuando a noite, mais um bar a ser fechado...e mais uma conversa iniciada.

perdidos na cidade nua? não...cidade vestida (ainda)! de comemoração...comemorando o que mesmo?

último lugar...dose dupla, por favor!

olha só: é a baranga cantora! vou pedir à ela uma música daquela velha irritante, o que você acha?
ê: pede, pede mesmo!!! vai lá e fala assim: bláblábláblá
aham: com certeeeeeza!

eeeeeiii garçom, me dá um papel, por favor! tenho que dedicar uma música!!

bilhetinho: caaaanta rita lee, por favor! dedique ao dino-mor de curitiba! (e uma carinha desenhadinha que fez toda diferença).

queriiiiidos: recebi um bilhetinho com uma carinha linda (e vou guardar no meu arquivo pessoal) pedindo pra tocar rita lee...e aqui vai...diiiino, cadê você? essa é especialmente pra você de curitiba!

eeeeeeeeuuuu, fico pensando em nós dois...cada um na suuuuaaaa, perdidos naaaa cida-aaade nuu-a...empapuçaaaaa---aaados de amorrrrrrrr....

êêê!! ouve só a música que ela tá cantando!!! ela acertou direitinho!!! era essa mesmo!! tinha que ser essa!!! somos nós...numa noite, empapuçados de fervor, de calor e amor... em dose dupla! que coisa boooooa!!

nossa: ele vai adorar saber disso...obrigado...obrigado por mim.

obrigado por esse caso que não é nada sério e de românticos quase não temos nada, mas o resto...sem estar a sós, só à toa.

23/06/2008

a arte de evitar ciúmes

(quando você achar que está preso, solte-se.)

quebro o pau
xingo todos os ões
meto o pé nas cadeiras, derrubo a geladeira

te odeio pra sempre!

...

ufa! passou...

(...)

oi, amor!
que saudade...
sabe aquele meu trabalho? terminei...e hoje fui ao supermercado.
quando vamos nos ver mesmo?
ótimo! depois eu te ligo.

beijo, te amo.

22/06/2008

...e seu talento

Era uma vez um menino que gostava de desenhar macacos. Era macaco de tudo quanto espécie. Pequenos, grandes, peludos, raivosos, comilões, dengosos, lindos...ele sabia que cada macaquinho daquele poderia representar, um dia, seu humor ao longo da semana. A cada dia ele se identificava com um deles. Seus macaquinhos foram tomando forma, cores, vida...

O macaco cansado da noite anterior era inegavelmente de segunda-feira. Aquela olheira, aquele sorriso vagaroso, sempre abrindo a boca num bocejo quase engolidor. O da terça-feira era o macaquinho sorridente, amigo, infantil. Era um bicho carismático, criativo, adorávelmente conquistador. Já a criatura de quarta-feira era a extremamente inteligente, concentrada, criadora, perfeccionista. Trabalhador, ele vivia ocupado, sempre fazendo mais. O macaquinho de quinta se tornava esperançoso, otimista, verdadeiro. Fazia planos, criava expectativas e mais: surpreendia a todos. Sex(ta)-feira: dia do macaco e suas taradices. O bicho tinha cara de louco, tinha que ver! Sábado o macaco não tinha cara...às vezes tinha voz, mas era quase um sussurro. O macaco de domingo festejava. Cara de feliz, humor latente, sorriso na cara.

Pra quem desenha, sabe: ressalte seus traços mais interessantes no momento da sua criação. Portanto, deixe-se levar pelo objeto criado, que nele se reconhecerá como uma obra de arte.


inspirado em: Sol em escorpião, ascendente em libra. Dia: 26 de outubro (de 1984)

O José

Sonha para o sono vir.


" hoje o dia foi cansativo demais...acordei muito cedo, com o laptop em cima da barriga, olhei o copo com um restinho de toddynho na mesinha de cabeceira e fiquei enjoado. Nem tomei café da manhã, pois tive que sair correndo pra colocar umas fotos no correio. Depois fui visitar uns clientes exigentes que vivem me cobrando tudo o mais rápido possível e, com isso, nem tive tempo de almoçar também. Fiz um lanche ruim na rua e da sala de espera de um escritório, fiz o tratamento de algumas fotos da última corrida.

[Poxa, aqui só pra mim, eu sou foda! Tem fotos que eu tiro que nem eu acredito que fiz aquilo...como eu adoro tudo isso...pena que me tira tanto tempo, mas vale.]

A tarde fui ver as revistas nas bancas, mas dei uma olhada bem rápida...olhei um outdoor com uma mulher linda, lembrei que estou há algum tempo sem uma...lembrei também que isso me faz uma falta...mas meu tempo é tão curto que mal posso me apaixonar. Várias vezes penso nas pessoas que me fazem bem, mas nem sempre posso continuar pensando, porque já sei como eu sou...me apego, me apaixono e no fim.........nada! Então prefiro pensar somente no meu trabalho, na minha faculdade...nas coisas que me mantêm ligado 24 horas, sem sofrer por outras.

[ai, ai...difícil dormir tão cansado]

É...eu adoro o que eu faço...o ronco daqueles motores me alucina, mas tem vezes que eu procuro o silêncio, procuro ficar mais sozinho, ouvir Os Mutantes sossegado...viver num mundo somente meu (ou eu e uma mulher) onde eu possa caminhar livremente pelas ruas, ouvir os pássaros cantarem...poder retirar a câmera da bolsa e clicar de qualquer ângulo todas as vistas possíveis e impossíveis que sonho. Ai, como seria bom se eu pudesse entrar numa loja de equipamentos fotográficos vazia...já pensou? somente eu pra escolher o que eu quisesse...apenas pegaria o ítem e colocaria na sacola...experimentaria na mesma hora indo até lá fora e fotografando o melhor plano que eu encontrasse. Poxa...já pensou se eu pudesse entrar numa loja de discos, cd's e dvd's e pegar todos que eu ainda não tenho? Eu ainda pegaria com carinho o álbum 'Tudo foi feito pelo sol' e no dia seguinte mandaria por sedex pra minha amiga Lua no Rio de Janeiro...

[pensando nela...que coisa!]

ai, o sono tá vindo..."


inspirado em: sol em libra, ascendente em sagitário. Dia: 19 de Outubro (de 1985)

25/05/2008

fiz um livro

Ele tinha capa dura, era de cor amarela, com alguns raios laranja, quase parecido com o pôr-do-sol. Tinha comentários interessantes sobre ele na contra-capa e um agradecimento especial logo na terceira página.

Dentro dele, havia recortes pequenos de palavras retiradas de jornais e revistas, letrinhas multi-coloridades que formam palavras e frases inteiras...até o ponto era com cor. Quem o manipulada, achava sua textura intrigante, não sabia dizer se era tocante ou crocante. Não sabia dizer se era delicado ou fajuto.

O romance era caloroso, tornava a cada instante ainda mais exótico e por que não erótico? As palavrinhas cercadas de ambiguidade davam ainda mais sustento à história. E as figuras imaginárias vinham de acordo com cada estação.

Cada um o lia de uma forma. Contavam-me que pegavam o livro e deitavam na cama para saboreá-lo, outros sentavam no chão para lê-lo, outros apenas sentiam a energia ali posta. Apenas uma pessoa havia me falado que não entendia as letrinhas cruzadas, mas depois disso eu fiquei mais contente, pois essa mesma pessoa entendia o meu sorriso e não as minhas colagens.

Os capítulos eram variados em cores. No início, pensei em dividí-los por subtítutos, mas depois tive a idéia de alternar as cores. Parece que fez efeito. Quem vinha me contar sobre ele, me falava que se apaixonara mais pelo capítulo verde ou pelo roxo, variava. Alguns relatavam experências que haviam tido diante de cada capítulo com cor e a narração dos fatos era ainda mais surpreendente.

Meu livro não era nem grande, nem pequeno. Nem grosso, nem longo, nem fino, nem curto. Era adaptável, não tinha lá suas definições. Meu livro era um conteúdo fabricável, imaginário...onde as palavras eram formadas por cada pensamento, não existia conceitos. Tudo era formulado pela energia captada de quem nele colocava as mãos. Só formulava uma opinião, quem diante dele teve uma sensação infinita de ter me conhecido dos pés à cabeça.

ande sempre para o sol

Silenciosamente, o caminho parece mais longo, os passos ainda mais raros, o objetivo torna-se ainda mais atraente.

Há alimentos para o corpo em tudo que não se move, há alma nas árvores, há o espírito da luz. A imagem que se torna ao redor é a sua e o que se toma como segurança é o que o faz enfrentá-lo.

Adoraria escutar o som das luzes, a voz dos roucos, a vibração do sol. Faria de tudo para tremer meus pés junto à terra escura e úmida, a fim de impressionar meu corpo que estaria engendrado no tempo. Sustentaria o excitamento dos meus olhos ao tocar o que é real para eles e, imaginando o melhor, escolheria uma razão para encontrar meu amigo perdido.

...Ficariam lindos os céus, cujo as núvens se entrelaçam para dissolverem-se.
...Tornariam-se ainda mais atraentes as frases perfeitas, se não fossem ditas com tanta ansiedade.

Falta coragem para encarar a liberdade e sobram saltos para a descoberta de novos anseios. Como se experimentar o sal da sombra fosse o contrário de uma dúvida, onde há sempre uma expressão. Então, até quando os ouvidos permanecerão fechados para possíveis e doces realejos?

Somente um andar nupcial para o reencontro do seu corpo com o universo te fará chegar. Uma conexão alada, uns versos sem nada, fotografias armadas...assim será.

Ande sempre para o sol que engole teu sorriso e te leva ao luar, que promete segredos, que desdenha o pensar. Cruze suas pernas, saiba extamente onde está, deseje a paz sem sentido, mas sentindo...sinta o que for irreal, conclua o amor por você.

O sol é...dentro de...sempre com...perfeito para...encontre você.

23/05/2008

os céus de brasília

De manhã a lua é branca, bem lá em cima junto ao céu muito azul que não possui nuvem alguma...Com os raios quentes do sol, se aquece o corpo coberto pelo frio da madrugada e com as janelas abertas do quarto, se percebe a cor que se recebe ao deixar entrar a luz. Logo ao lado se encontra ali deitado, o companheiro cheio de pêlos brancos, cara amarrada, patinha debruçada.

Ao olhar para o outro canto, as marianinhas são amarelas de doer, os sapatinhos de judia começam a me preencher e mais uma vez aquele cabelo de velho me faz sorrir. Segurando uma caneca de café, com a pequena bolotinha branca ao lado e de pé esticado, começo a entoar uma canção conhecida pelo sol. Olhando mais à frente, encaro os coqueiros, as mangueiras e ipês...vejo a carambola, a pitanga, o lilás acentuado do Buganville.

Junto à cerca viva, feita de plantas hepíftas, encontro as maiores flores que já vi, são vermelhas e amarelas...logo ao lado, vejo uma toalha verde-oliva pendurada no portão branco.

Se caminho para o lado esquerdo, avisto o orquidário que fica logo depois do caminho das onze horas, e bem na frente dele está o abacateiro...............Se caminho para o lado direito, avisto os seis cachorros deitados sobre a grama muito verde, de barrigas para cima, se alimentando da luz do rei.

Olhando mais longe, logo abro um sorriso ao imaginar que, em tão pouco tempo, os perfeitos antúrios deram a luz à filhotes saudáveis e, hoje se colocam à mostra na estufa, alternando as cores vermelhas e brancas por mais de 100 passadas para o fundo.

Então eu paro. Olho pro 'nada' e o que vejo?
Borboletas!!
De todas as cores...aqui não há privilegiados, vive quem quer, voa quem pode, salta quem consegue. Passo o dedo pelo chão e já encontro insetos bem menores, olho para a parede, vejo uma aranha, olho a cerquinha mais à frente, vejo um bem-te-vi de cara pra mim.

A tardinha, os pássaros fazem a festa na pitangueira e enquanto vou aguar as plantas com seus estômatos abertos, percebo que anoiteceu e que há uma coruja bem grande no lugar do pássaro na cerca e uma lua bem mais amarela lá no alto desse céu que é tão perto do meu chão.

23/04/2008

pouso

...e você voltou, acendeu uma vela para mim, encostou seu violão ao tronco e ajoelhou-se aos meus pés. Prendeu o choro quando pediu desculpas, olhou novamente para o chão, segurou meu corpo com ternura e olhou o céu em gratidão. Enxergou nas nuvens formas de lua, minha mão na tua, sua coxa na minha. Quis tocar uma canção antiga, mas de sua boca só saía letra minha. Pousou suas pernas em minhas raízes e sob minhas folhas verdes, sonhou uma canção para a velhice. Acordou sem respirar e me olhou com desespero em busca de ar, pus então novamente um fruto em suas mãos que de súbito te fez cheirar...

16/04/2008

A Sunday Smile



A Sunday Smile
Beirut

All I want is the best for our lives my dear,and you know my wishes are sincere.

Whats to say for the days I cannot bare.

A Sunday smile you wore it for a while. A Sunday mile we paused and sang. A Sunday smile you wore it for a while. A Sunday mile we paused and sang. A Sunday smile and we felt true. (and)

We burnt to the groundleft a view to admirewith buildings inside church of white. We burnt to the ground left a grave to admire. And as we reach for the sky, reach the church of white.

A Sunday smile you wore it for a while.

A Sunday mile we paused and sang.

A Sunday smile you wore it for a while.

A Sunday mile we paused and sang.

A Sunday smile and we felt true. (and)

10/04/2008


... E como seria o céu se não houvesse a poesia que envolve o Sol e a Lua? Como seriam as noites se não houvesse a luz de cada poema feito pra cada um? E se não houvesse parceria entre os olhos e cumplicidade a cada segundo?
Pra que ter um amor e não bebê-lo a cada instante? Pra que ter um irmão e não tê-lo no chão, a cada momento de imaginação?
Como seria cada infinito sem a tal partida? E como teria certeza de todo o resto se não tivesse encontrado tamanha satisfação? Como teria o Sol, aquela luz irradiando através de poros invisíveis, se não suportasse cada nuvem que passa a sua volta. Por que a Lua voltaria toda noite pra procurar o seu afeto, se não encontrasse a cada bocejo o seu amor?
Pra todas e quaisquer perguntas, nós temos a resposta.