05/03/2009

a nova

gaiola enferrujada
encrenqueira como ferro o é
arteira em má fé, inimiga
quem diz que não é?
se peneira a alma
bota em jaula o sol
lá fora, um pêndulo n'um prego
quando se movem as asas
um só descuido e se dá ao chão
circensse e aterrorizante
faz aqui e acolá, um suspense
será que cai? será que vai?
e rambora como as saltitantes amoras
coloridas e doces, não há melhor
se apavora igualzinho a quem é só
e não, nem um pouquinho namora

só pra desfazer o que já era doce
então pega o que cái, assopra
é seu, quero que saiba
e nada mais é antes
porque o agora já é sempre

no prego penduro um antúrio
o vento prega uma peça, inventa, já é hora
existe natureza em ti, me namora?
depois quando voltar, um abraço de apertar
assim livre, quero o toque a sentir, tende a me soltar

já em cárcere não me tenho
tenho em dobras minha prezada aurora
como se nela fosse algo mais que além
tu com asas prontas a voar (nunca se apavora)
tomo de assalto a liberdade outrora



de Dijáz Irini e Analu

Nenhum comentário:

Postar um comentário