27/04/2011

Mekukradjá

Está no sangue. A essência não deixa negar e a incrível sabedoria ancestral que o índio carrega é algo sagrado que ele transforma em ensinamentos que fervem e não cabem somente em si. Ter uma alma carregada de leveza e sentimentos acerca da vida e da maneira de encará-la, imediatamente inunda o ser em sua presença que o faz frutificar e reverberar a liberdade diante da rica natureza que nele existe. Parece que o berro de sensatez que nele pertence, promove um tipo de relaxamento habitual, pois tudo se torna palpável de maneira natural; é intrínseco, de modo que não se prepara um discurso, as palavras delicadas saem num sopro de verdade e promovem ao próximo que possui a sensibilidade de escuta e reconhecimento, um domínio real sobre suas idéias.

O conhecimento sobre sua família, o respeito diante de um parente e o espírito de força comum, não precisam ser solicitados, está implícito, está impregnado na evolução e é notável a cada história que possam contar. O amor à terra, a união dos irmãos, a visão simples e natural; atraem espontaneamente a vibração e os olhos às vezes alheios à cultura do outro. Sabedoria se adquire muitas vezes, mas sinto que essa sabedoria é algo tão doce que parece absorvida instantaneamente quando um índio nasce. Os princípios se fazem de forma diferente, os quereres são diferenciados, as expectativas para o mundo são menores e o convívio com os demais é ainda assim melhor aproveitado.

Pense na paz. Um espírito indígena a carrega onde nunca precisou buscá-la, pois adquiriu dos seus ancestrais a maneira forte de se curar de sentimentos impróprios através da apropriação do bem que lhe foi passado. Sua contribuição para o bem estar de um ser que dele se aproxima é apenas a sua presença pacífica, que não quer mudar nada no outro, parece possibilitar a transcendência da forma física. Se alguém procura viver, ter, sentir a paz, é preciso aprender com a sabedoria de um índio que todas essas formas não estão em livros e nem se aprende com o passar dos anos; pois é um costume profundo de povos que evoluíram já vivendo e sentindo o que se passa adiante.

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