13/01/2013

Carta aberta a um amor perdido

Oi, amor. Há quanto tempo que não aparece em mim aquela enorme vontade de sorrir quando alguém faz uma palhaçada...ah, mas também, eu só gargalhava com muita vontade quando você dizia suas frases divertidas, aquelas mais bestas possíveis que me faziam sentir vergonha e ao mesmo tempo achar a coisa mais incrível do mundo. Há quanto tempo que venho pensando na tua distância, nas mais belas coisas que trocamos, ou das coisas feias que falamos. Penso também nos teus gestos que não são mais os mesmos (já não beija mais a minha mão e não escolhe mais os meus esmaltes), nos dias que não te vejo, nas músicas que não escolho mais pra te ouvir cantar. Amor, eu sei que não somos mais os mesmos, a vida muda a todo o tempo, o vento nos leva pra mais longe, mas continuo querendo você aqui perto. Sinto falta da nossa juventude, dos nossos carinhos de criança (e de quando andávamos de mãos dadas sem nenhuma pretensão), de todas as nossas infinitas briguinhas sem motivos, somente para termos o que fazer. Sim, naquela época nós brigávamos de mentirinha, fazíamos bilhetes de criancinhas e falávamos um para o outro coisas baixinhas. Ah! Como eu adorava seus recados de bom dia, eu fingia sempre ficar de mau humor, pois assim você sempre repetia e criamos uma rotina de sentimentos, as nossas riquezas e dependências. Mesmo tendo muita saudade, creio que aproveitar o pouco tempo é o melhor a se fazer. Hoje tenho a oportunidade de sentir ainda a última vez em que tive você por perto e esse sentimento vai ecoando em mim até se perder novamente. E quando parece que o perdi, você volta. Ponho à prova uma parte de mim com sofrimento tentando saber se é um esquecimento ou se para lhe ter o suficiente, basta que eu me torne presente. Não é por achar que você se desprendeu de mim, que eu te perdi. Aliás, perdido você fica por aí, aqui em mim eu te encontro.

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