25/06/2011

O som do coração

Todos os toques sensíveis enraizam-se na criação em mais um cio de inspiração, seguem suaves num sentido de prazer, arranjos de saber...Só ouve quem experimenta o som, quem tem quente o laço, um dom. São desenhos imaginários que percorrem nublados, salientes num cipó, procuram-se como mestres num pêndulo de dia e noite, enfrentando a manhã para se desfazerem com nó. Preso entre os dentes, ele continua empoeirado dentro do peito, mas calmo se permite despejar-se nas grades e soltar o grito nu alegrando-se em arrepios familiares e satisfeitos a procura de uma tempestade. Ele flerta, embaraça e inquieta o instrumento que acelera em redes acordadas pelo fruto de uma alma que jamais dormiu. O som que deseja ser encontrado respira velejando nas ondas das emoções escusas, tem em seu sangue o mar de aventuras e tudo mais que nas águas pode lançar. Profundo mais que um ruído, o único fardo que um membro sem voz pode sustentar, desde que o vazio nele desgastado seja como sempre a maior e mais comovente tentação de existir entre a solidão nas janelas e seus fios que nelas percorrem, deixando queixos caídos pelo motivo de espelhar-se felizmente em sonhos fielmente harmônicos...

Um comentário:

  1. Menina!!! Está tudo aqui! Que poder de síntese e poesia!!! Como não te fazer devolutivas nas quais me conforto por ter te conhecido. Que viva a antropofagia! E você-me-falou-que-não-falou-em-orgamos (...): "(...) todos os toques sensíveis enraizam-se na criação em mais um cio de inspiração (...)". Viva o Cio!!!

    Beijos!

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