20/06/2011

Um poeta na veia

Tenho todas as razões que facilitam correrem no sangue palavras antes enjauladas, mas que sofreram uma transfusão para a plenitude e agora possuem histórias magníficas de quase sufoco, harmonizadas pela consciência absurda de uma visão, do ângulo mais sensível, para a aspiração mais delicada de um dia. Foi uma noite de insônia, dia de constrangimento.
Mas a sangria invadiu-se de expressões fazendo ainda mais apropriado aquele gosto de sussurro doce que sempre percorre quando há a sensação de abandono, numa velocidade inspiradora de sucesso, avistada apenas pela solidez de uma poesia, a criação do afeto, a virtude de um poeta. É o bem, a perpetuação das flores, inquietação do coração, criação do amor.
Um suave sufoco corre nas veias, pois a grandeza asfixiada não mais o pertence, o engrandece porque o faz saltar, digerindo letras nem pensadas, suspiradas, enraizadas na corrente de sangue que só te pertence. É chuva de alegria, rios de satisfação, coisa de abraço, gente de visão. Inquietação, transtorno, proteção. Na veia me corre, penetra, estoura, transborda e sua. Suor é de amor. Estar na veia é ser profundo, é ser imenso. Ser poeta, ser gente, reconhecer gente, doar amor, sobra afeto, riso incorreto, nada é certo, tudo é humor. Tenho agora a poesia, pois creia, tenho a verdade do olhar, quero manifestar.
Que exista fincado agora na minha existência, tenho a sua presença, por isso meu bem, quero você agora, percorrendo por todos os vasos, bem aqui na veia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário