01/06/2009

casa poema

uma casinha de fundos
sem muros
com laguinho para um pato
jardim bem gramado
porta de madeira
embaixo da árvore:
uma esteira
cor verde-folha
as janelas viradas para o oeste
vento que vem do norte
piso sem carpete
cama perto da lareira
coruja que madruga na beira
na cozinha tem tudo
na mesa um pomar
logo ao lado:
um chão para sentar
filtro de barro
pés sem meias
nariz gelado
chá bem quente
mosquito e luz atraente
tem até cortina
banco de mestre
pinguim que se sente
azulejo antigo
inocência aparente
fogão de lenha
panela de barro
vegetais frescos
vidro fechado
no quintal toda forma é vida
verso sem rima
gente fina
curió piador
cãozinho sonhador
roupa com pregador
toalha estendida
tristeza esquecida
fotografia emoldurada
poço quebrado
beijo roubado
vozes cantando
violão tocando
arbusto molhado
brisa voando

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